domingo, 12 de janeiro de 2014

Maxaranguape: ondas estão cada vez mais perto das casas

“Tem dias que as ondas dão cada pancada no paredão que estremece a casa; dá até pra sentir os pingos da onda, como se tivesse chovendo”. A aposentada Crinaura Lima da Silva, com seus 75 anos de idade, narra sua aflição toda vez que a maré em Barra de Maxaranguape sobe. Nascida e criada na cidade, ela lembra de como o nível do mar vem subindo nos últimos anos. As ondas cada vez mais se aproximam mais das casas.

Francisco Barbosa, de Maxaranguape, fala sobre avanço e diz que marés estão cada vez mais altas

De acordo com a aposentada, deu para ver ao longo das décadas o mar cada vez se aproximando mais da cidade. Próximo de onde ela mora, na Rua João Gregório, um paredão construído pelo proprietário de um antigo restaurante separa as casas das ondas. Dona Crinaura não esconde o medo. Com mais de sete décadas de vida, ela pede aos Céus que ainda possa morar um pouco mais na sua casa, distante a apenas uns dez metros do mar. “Vamos ver se Deus deixa a gente morar mais um pouco mais na sua casa, distante a apenas uns dez metros do mar. “Vamos ver se Deus deixa a gente morar mais um pouquinho aqui”, suplica.

Na orla de Maxaranguape, é possível ver algumas construções castigadas pela ação das águas salgadas do Oceano Atlântico. É próximo a um antigo convento abandonado de freiras, deteriorado pelo tempo, pelos moradores que aproveitaram para pegar restos de material de construção e, claro, graças à força do mar, que a reportagem encontrou o caseiro e pescador Francisco Barbosa, 42.

O homem contou que percebeu um crescimento na maré nos primeiros dias de janeiro. “As primeiras marés vieram altas, invadindo as casas a beira mar. Acho que chegou a mais de dois metros de altura. No início do próximo mês ela deve vir com força de novo”, comentou, olhando para o oceano.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário